Sala das vozes

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Apenas Raiz

                                                                                                                       
Dentre as sombras que atormentam meu passado
Estou sozinha, com frio e cansada
Ele se foi e aqui me deixou
Solitária como uma única rosa que não desabrochou

Parada me encontro numa estrada escura sem fim
Somente o nada restou para mim
Não tenho motivo para seguir mais
Pois sei que não encontrarei a tão sonhada paz

Olho para frente vejo a neblina,
Olho para trás vejo um penhasco,
Olho para os lados, um vazio vasto

O silêncio me acolhe
A tristeza e a agonia dão-se as mãos
e a morte me acolhe em perfeita gratidão
Viro-me em direção ao penhasco

E quando olho para baixo, vejo a salvação
Atiro-me sem ao menos um segundo pensar
Sinto somente o vento me tocar

Com os olhos fechados tudo em minha mente se passa
Seu cheiro fúnebre em mim se espalha
E o corpo de alguém que um dia foi feliz
Como uma árvore cortada, restou-se apenas a raiz.

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