Sala das vozes

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Cadáver Noturno

Oh Escuridão por que tanto me acolhe?
Por que tanto assusta os mortais?
Por que sempre o choro noturno
acontece a cada badalada da meia-noite?

Está ele me chamando?
O vento que toca em mim
é tão gélido quanto minha pele desnuda
deixando-a ainda mais fria

Me sinto flutuando
Mesmo estando em chão firme
Terá algo que eu ainda ha de temer?
E tudo se escurece novamente

A tristeza toma conta de mim
O motivo pelo qual escrevo estas verses
A solidão me abraça
e o desejo de morte me ameaça

Estas verses provém de um suicídio?
Se for, espero que a morte chegue rápido
E me leve para a escuridão divina
Onde apenas a luz do luar ilumina vasto lugar

Deito-me agora neste negro chão
Banhado pela noite e pelo cobertor cravejado de diamantes
Fecho meus olhos com as mãos sobre o peito
Onde uma leve brisa toca-me suavemente

Sou apenas um cadáver descarnado
Apaixonada pelo Luar
Que agora descansa eternamente
Pela escuridão da vida terrena

O Despertar da Escuridão

Nesta noite fria me desperto de um sonho
Em plena madrugada fria
Todos os pensamentos alegres se foram
E uma estranha sensação de arrependimento
Toca-me a alma

De repente sinto uma agonia em meu peito
Me sinto como se meu corpo estivesse em chamas
E a visão de uma criança chorando me vem a mente
Me viro para a janela e a abro

O que é aquilo?
Por que tudo está tão negro?
O cego olho da noite está a chorar
Para um vasto mundo apagado

Pela primeira vez sinto medo de ti
Hoje parece tão ameaçadora
Sois escrava do ódio
Mas tornastes um monstro horrendo para mim

Fecho meus olhos agora
Grito em pleno silencio
Pois sei que quando acordar
Tu continuará linda e encantadora
Como todas as manhãs noturnas que a vi
E isto não passará de apenas mais um pesadelo.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Fique Comigo

Se você desejar se fechar
Trancar-se num quarto escuro
Lembre-se que estarei aqui por você

Se estiver perto do abismo
Se eles fazem sangrar tua alma
Lembre-se de mim

Na escuridão nada se vê
Mas é como o vento que o abraça
que te consolam em sonhos

Esqueça o mundo
Escute o eco da minha voz
Soando através das areias do tempo
Faça sua escolha, fique comigo.

A Escuridão

A chuva que derrama sobre mim trás a sensação de que estou me aquecendo, como se estivesse num inverno rigoroso. Olho através da janela e tudo o que vejo são gotas de diamantes caindo pelo asfalto.
Me deparo com a noite, onde trás a viúva e seus seguidores, mas tudo parece tão solitário e sozinho.
Ao lado, um cemitério, do qual faz junção ao muro de meus aposentos, o doce ardor de decomposição me trás a lembrança pessoas que se foram, embora seu corpo vivo permanece, em mim o amor ainda prevalece.
Um doce beijo nesta chuva seria apropriável neste momento, nunca pensei que fosse fazer tanta falta a minha vida.
Talvez o espirito do doce anjo da musica está descansando no vale dos mortos, um dia, talvez, quem sabe, acorde, mas nada é impossível.
Vampiros ressoam pela noite a comunhão, daqui ouço clamarem pelo meu nome através do seu cântico de sangue, mas não quero lembrar que um dia fui aquele monstro.
Pois somente quem vivenciou as sombras sabe que na escuridão nada se
cria tudo se transforma.