Sala das vozes

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Olhos Do Passado

Sombras pairam à minha volta,
Até quando?
Tudo o que tenho são as malditas sombras do passado
E um lindo Luar que para mim não faz mais sentido algum

Meus sonhos foram mortos,
Minha vida, esquartejada,
Meu coração foi arrancado e jogado
No oceano negro e mais profundo

Meus olhos ainda pertencem ao passado
Queria poder evitar
Mas tudo me lembra você
Tudo me lembra o que fizestes comigo

Agora, sou apenas um cadáver
Atormentado em penumbra vida
Num lugar qualquer
Onde não perturbe teus sonhos
Os sonhos onde não estou

Ainda escuto sua voz
Soa como som de violinos em minha mente
Preciso agora viver o presente
O meu mais inútil presente
Que ainda permanece sem ti, oh Lord!

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Um vampiro no século XXI

     Sozinho estou. Me deparo com tudo o que há de errado a minha volta. Estou louco ou vejo canibais se fingindo de humanos?Embora humanos seja um tipo de raça. Então essa espécie é canibal. Confusa está minha mente, prefiro enganar-me e fingir que está tudo bem.
     Minhas pernas doem, pois desde cedo estou andando, olha veja, um cemitério, um ótimo lugar para descansar.Não existe mais cemitérios abandonados, apenas muros de pedras erguidos a cima deles. Eles destruíram nossa historia. Ai ai! Humanos, humanos, porque sois assim? Devo parar de pensar, é confuso de mais para uma mente perplexa como a minha.
     Som de violinos, como me faz falta essas horas, já se passaram tantos seculos que me esqueci seu toque doce e suave, que acalmava meus ouvidos e me trazia a paz. Hoje somente som altos e ruídos estranhos vejo tocar em meio esse lixo.
     Hora de ir embora para casa. Santo Dio, o que é aquilo naquela casa. Uma caixa que fala e mostra imagens. Porque mostra mulheres nuas, sem traje algum. Quanta vergonha!O que o hoje virou?
     Oh meu nobre Castelo como sois lindo visto de tão longe, este portão com lanças, preservadas até hoje, mesmo depois de tantos séculos. Sim, esta é a minha casa, aqui é onde me sinto bem.
     Nossa é tão tarde assim?! Tenho que olhar minha musa inspiradora!
     Como estás linda nobre dama, com este traje tão brilhante, vestido branco. Ah Lua, um dia desejei que fostes uma dama humana, mas me enganei, se sobrevivesse no mundo que estamos hoje, desculpe-me, mas, a mataria. Não aguentaria ver-te nua naquela caixa. Bom vou recitar-te um poema:

Lua, minha querida Lua
Como podes ser tão bela
Sobreviver tanto tempo assim nesse céu azul brilhante
Sempre tão pura e excitante

Veste, minha querida
o mundo mudou
mas continuo sendo o mesmo Lord a quem vos recita este poema
continuarei sempre aqui, sem nenhum problema

     Gostaste?Me esqueci, tu não podes responder, mas ainda sois a unica que me entende. Pois neste vasto mundo onde parece um manicômio, onde ainda vive um vampiro solitário, só me resta você e o lixo humano do mundo.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Cemitério do Abandono

          Era uma noite escura, penumbra, onde apenas ouvia o canto dos corvos. A rua desaparecia em meio a neblina densa. Havia uma menina, misteriosa, de vestes negras e pele mais clara que a penugem da coruja que passara por ali. Seu sapato fazia ecos em meio asfalto.
     Seu destino era o Cemitério do Abandono, passaria a noite toda, dormiria em um túmulo e não se preocuparia com quem estivesse a sua volta.
     De repente foi surpreendida por um vulto, olhou, não viu nada de anormal, afastou-se e logo seguiu seu caminho. Novamente o vulto retornou, ela ignorou e voltou ao seu percurso, mas com rapidez, estava com medo, seu coração de fogo congelou e seu corpo ficou tremulo. Escutou uma voz, que disse:
     - Venha até mim, não tenha medo.
     Ela correu mais rápido do que pode, superou seu limite, seu sobretudo pairava pelo ar como se fosse as asas de um corvo em meio ao luar, sem ar, não aguentou, não conseguia respirar, por mais que tentasse, sem oxigênio caiu em meio a guia do asfalto e não viu mais nada.
     Um tempo depois, acordou em cima de um túmulo, a seu lado, uma carta. Abriu então aquele papel tão delicado mas com uma precisa gota de sangue seco. Distraída estava olhando para o papel, algo lhe tocou, de tanto medo, esquivou-se e não olhou para trás, ficou imóvel por um tempo. A mesma voz fúnebre soara em seu ouvido novamente, desta vez com um ar esperançoso:
     - Ajude-me, preciso de ti.
     A jovem novamente correu pelos arredores do cemitério, mas a agonia tomava conta de ti, pois não achava o caminho para sair de tal tormento.De repente algo a lançou contra a parede onde a mesma bateu com toda a força, por um momento pensou em estar completamente paralisada, mas logo tomou sustento em suas pernas. Olhou para aquela figura horrenda de rosto sujo e pele pálida, embora delicada, com olhos pedindo apelo.
     Chegou perto dela, pegou em suas mãos, seu toque era frio, ela pode sentir o que era a morte.
     -O que você quer de mim, diga logo, não aguento mais, minha alma ja se esgotou, se quiseres me levar para o inferno, leve, mas por favor acabe com o meu tormento - disse a menina esgotada.
     - Não, minha nobre garota, o inferno é o proprio aqui. O inferno é o que eu vivo, dias após dias querendo apenas encontrar a luz da qual todos dizem, buscando o sossego e o sono eterno. - disse a pobre alma.
     - Mas porque ainda não encontrou?-Perguntou a jovem.
     Ele chegou perto de ti, olhou em seus olhos e disse:
     -Por causa de apenas uma coisa, o amor. Sim, minha querida mortal, pensas que quem morre, encontra a luz direto, não é bem assim. Estou aqui por causa que não consigo um funeral digno a minha amada. Não consigo ve-la daquele jeito em decomposição, não suporto vê-la tão destruída. Ajude-me eu vos peço, por favor.
      -Acalme-se, darei um jeito.
     A menina, confusa, mal conseguia se mexer por causa da colisão com a parede, mas seu coração era nobre, cavou então um buraco, pegou o corpo que já estava em decomposição avançada, e la colocou. Tampou e colocou uma rosa.
     - Sabe esta rosa? Serve para lembrar de como ela fora em vida, delicada e viva. Mas que um dia mexeram em sua estrutura e o pior lhe aconteceu. O que quero dizer é que, todos somos que nem uma rosa, vivos por fora, mas delicados por dentro. Para o fim chegar para nos, basta apenas nos balançar que aos poucos no decompomos e viraremos pó para todo o sempre.
     Um raio de luz se transformou em fogo em volta ao tumulo, com o susto a jovem pulou para trás, e como uma fênix renasce das cinzas, a amada daquele pobre rapaz surgiu em meio as chamas. Pegou sua mão, e o levou direto para debaixo da terra.
     Em panico, a pobre menina correu para a frente do cemitério achando a saída e voltando o mais rápido que pode para sua casa e de la não saiu por um bom tempo.
     Passado 5 anos depois, a jovem que virara uma mulher, sofrera uma morte na família, sua mãe morrera, e o destino do seu corpo era o Cemitério do Abandono. Ao ver enterrando-a, chorou, e fora levada pelos parente para longe dali. Seguindo pela estrada de terra, avistou a um tumulo uma carta. Disse aos parentes para seguirem que ela estava melhor e que queria ao menos ficar sozinha por alguns instantes.
     Os parentes se afastaram, e em seguida foi sentido ao tumulo, abriu a carta. Escrita a sangue, mas em papel tao delicado, dizia:
"Obrigado por me dar o sossego eterno."
     Sua alma sangrou mais uma vez, e embora dali se fora. Onde nunca mais souberam de nada. Quem sabe ela pode ou não estar escrevendo este conto ou ao menos estar olhando para você neste momento. Nada se sabe sobre o outro lado da vida!

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Aquela Dor

Sua pele era pálida
Gélida, mas mesmo assim dentro
desta caixa continuava linda
Tal como a vi pela primeira vez

Como queria poder dar-te o ultimo beijo
Como queria poder sentir seu calor
Como queria poder saber que quando eu chegasse em casa
estivesse me esperando com aquele esplêndido sorriso.

Você se foi, mas agradeço-lhe
Por ter me deixado seu pequeno pedaço
O Fruto do Nosso Amor

Terei de ser forte
Será difícil eu sei
Você se fora
Mas sua lembrança, não

Sei que toda vez que me deitar
Olharei para o lado e me sentirei só
Mas permanecerei vivo, não por mim
Mas pelo nosso pequeno grande fruto.

Se fossemos criança pela eternidade
Tudo seria mais fácil
Tudo seria inocente
Tudo seria figurativo
Mas infelizmente nos resta a realidade
Serei forte por ti, meu amor
Esteja onde estiver
Um dia vamos nos encontrar
Embora a saudade seja extrema

Mas antes ter a saudade 
do que a tristeza
Permanecerei forte
Forte o bastante para lembrar-me dos
momentos felizes que passamos juntos

Você se foi
Mas a lembrança ficou
Assim como o amor sincero
que sentia e ainda sinto por ti

Cuide de nós
Lembre-se de mim
Visite-me em meus sonhos
Pois te amarei eternamente

"Poesia dedicada a um homem que hoje não conheço pessoalmente mas que um dia ei de conhecer, perdeu seu bem mais precioso, mas o fruto deste amor intenso ficou, e este terá de ser forte para superar as pedras e as lembranças que virão mais para frente, mas lembre-se de uma coisa Reinaldo: Saudade sim, Tristeza JAMAIS. Erga essa cabeça e siga em frente pois sei que ela esta lá olhando por ti e espera o mesmo."

Caixinha de Musica

A criança sombria observa a caixinha de musica
Escorre sangue de sua alma
Ela não demonstra, por isso não sei
Parece que nunca derramou, se quer, uma lagrima

Talvez ela guarda seus sentimentos
Talvez não escuta ninguém
Talvez vive em plena solidão
Talvez a muito tempo está morta

Morta ou viva não sei
Sua palidez não significa nada
Será que toma sol?
Ou nem o sol faz mais sentido em sua vida..

Dizem que ela desistiu totalmente do amor
Talvez ele nunca existiu para ela
Viveu em pleno horror sua vida inteira
Creio que lembranças vem à sua mente
Sempre toda noite escuta a musica da caixinha
Do qual aparenta ter centenas de anos
Mas que a faz voltar a ser criança, novamente

Somente a caixinha faz sentido em sua vida
Talvez a "criança" se comporte como a mesma
Fechada e calada por fora
Mas por dentro toca uma música fúnebre e triste em sua alma.

Lagrima da Solidão

Tive tanta certeza de que isto aconteceria
Fantasmas me atormentam agora
E o minucioso cântico das sombras
Retorna novamente

Estou à procura de um lugar frio
Que só reflita a luz do Luar
E as árvores, que ali habitam,
Onde só se ouve o uivo dos lobos

Quero apenas um lugar perfeito onde eu possa ficar
Tranquilo, calmo e escuro onde não exista ninguém
Pois posso esperar pela minha morte,
Se é que ela existe.

Não degusto mais de poupas de frutas,
Não degusto mais de carnes de animais,
Mas o delicioso elixir do sangue humano
quero beber cada vez mais

Só agora percebo que a Eternidade é um privilégio,
Mas do que adianta pela morte clamar,
Já que para mim não há de existir jamais?

Solitária estou a trajar em luto
Ando por uma rua escura
Será ela a estrada para a imortalidade
Ou apenas o começo do meu fim?

Por mais que eu tente não posso morrer
As feridas se cicatrizam
Meu corpo se decompõe, mas com o sangue se regenera
Mas meu pulmão não tem mais ar
Meu coração não bate, mesmo assim se parte
Deixando apenas a lagrima solitária rolar.