O órgão maldito que tocava todas as noites quando todos estavam em puro êxtase do sono profundo, onde só se acordava, em plena madrugada nebulosa, com o som deste instrumento fascinante.
O musico, ninguém nunca viu, sua origem, não sabem. O castelo mal assombrado de Lord Louis, um rei cuja sua origem fora dada por um cruzamento de uma humana e um vampiro, deu-se a origem ao Lycan que era. Diz a lenda que um grupo de jovens se arriscou a entrar no castelo, e nunca mais saíram de la. Hoje ainda escutam seus gritos junto com o misterioso som do órgão.
Certa noite, estava sozinha, estava em um tédio incomum. Olhei para o castelo, em plena madrugada, as 3hrs, a hora em que todos ouviam aquele som misterioso, decidi caminhar até ele.
Um velho, me parou e disse que se eu seguisse enfrente, nunca mais voltaria. Eu, teimosa, jamais acreditaria em um bêbado todo maltrapilho que o qual era. Não dei ouvidos e segui enfrente.

A carruagem, então, parou na minha frente, onde o cocheiro deu a ultima nota do violino. A porta abriu sozinha. Com receito entrei. A nota fúnebre do violino veio a tona, e os cavalos relincharam, galoparam até o castelo. Rapidamente, cheguei. Desci da carruagem, o barro era muito grosso, mas a neblina era densa.
Dei-me de frente com uma porta, alta, de aproximadamente uns 3 metros de altura. Também se abriu sozinha. Em pé ante-pé caminhei pelo hall de entrada, era lindo. Um lustre negro parecia cair do teto, em forma de gotas. O tapete, surrado, parecia que a muito tempo ninguém habitara ali.

Um deles era o cocheiro, que ao dar a primeira nota em seu violino, todos começavam a seguir. Parei e me escondi atras de um pedestal e fiquei apenas observando. O cabelo daquele Lord parecia uma cachoeira negra que despejava em pleno rio sangrento.
Ao dar a ultima nota, levantou-se, e olhou para mim e disse:
-Venha até mim.
Estendi minha mão até ele, não senti medo, apenas admiração. Colocando suas mãos em meu rosto, pude ver seu olhar de apelo e solidão.
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Me perguntei como sabia meu nome, eramos de outra vida? Me assustei tanto que quando me dei conta, ja estava morta, apenas com uma cravada de dentes em meu pescoço. Meus olhos viram a plena escuridão. Tudo se apagou, o nada finalmente me fez sentido.
Amanheceu, e eu estava em casa, sentia meu coração bater, mas sabia que já estava morta. Levantei e me olhei no espelho. A palidez era tanta que nem pó compacto ajudava. O sol era intocável, me ardia ao olhar e ser tocada por ele. Fiquei trancada em casa até a meia-noite.
Para a surpresa de todos, o órgão havia tocado mais cedo, e eu novamente em êxtase o segui. E eu o vi na sala novamente com os jovens. "Então não foi um sonho". Eu fazia parte deles. Louis veio em minha direção com um violino, eu não sabia tocar, mas com a primeira nota do cocheiro, as notas saiam da minha mão como uma hipinose.

Na manha seguinte, estava em casa novamente, e fiz todo o percurso novamente na madrugada embora com o intuito de fazer a pergunta de por que todos permaneciam acordados e apenas eu devo ir embora.
A hora então chegou, estava confusa, embora determinada. O percurso fora feito todo novamente. Antes da sinfonia acabar, eu acordei e sai da hipinose, e disse:
-Por que somos vossas marionetes? O que queres de nós? Porque devo ir embora enquanto todos permanecem acordados e adormecem aqui?
Ele caminhou até mim solenemente, seus passos vinham com o toque de uma caixinha de musica ao fundo, estava em um mundo psicótico. Olhou para mim e disse:

Tudo em mim fazia sentido. Mas estranhamente eu o amava. Sentia algo por ele. Minhas vestes se transformaram em um vestido longo, vinho, com detalhes enegrecidos. "O que está acontecendo?" Disse a ele:
- Lord, eu sinto algo por ti, mas estou confusa. Naquela noite, a sinfonia soou mais cedo, o que houve?
- Eu queria poder te olhar por mais tempo, pois o sol da manha a mataria se ficasse aqui. Todos são como a Fênix, renasce das cinzas, mas você ainda é muito frágil, precisa de cuidados, precisa ficar segura, MiLady. Sabe estas vestes? Eram suas no passado. Seja minha rainha novamente.- Disse ele em tom fúnebre.
-Serei para toda eternidade MiLord. Se me permitir, é claro.
Estava confusa, mas era isso que eu queria sem pensar mais do que duas vezes. Em um beijo quente estávamos. O amor para mim fazia sentido novamente. Ele era tudo para mim.

Hoje, sigo a eternidade em plena solidão, pois o único homem que amei se foi junto com o meu sentido de vida. Mas aprendi uma coisa: Se você foi forte para superar, então você é forte para seguir sozinho.